O que exatamente você faz? Como funciona o seu trabalho como consultora de arte?
Dentro do Acervo In.Comum, me preocupo em construir coleções com propósito para meus clientes. Através do diálogo e imersão no mercado de arte contemporânea global, a art-advisor ajuda colecionadores a entenderem o alcance de sua coleção, além de orientá-los para onde olhar e em quais trabalhos investir para um acervo coerente e inspirador, oferecendo muito mais do que uma simples consultoria, mas o acesso a experiências altamente exclusivas nesse segmento, levando colecionadores a lugares incomuns, sejam eles mentais, emocionais ou físicas.
Como você iniciou nessa carreira?
Me formei em Sociologia e Comunicação pela Boston University e fiz meu mestrado em Art Business e Media Studies na New School. Iniciei minha carreira ainda bem jovem, trabalhando na comunicação da Galeria Nara Roesler, minha paixão pela arte começaria a partir de então. Vivi entre Nova York e Londres um período de intenso desenvolvimento profissional junto a importantes galerias e feiras de arte contemporânea durante 4 anos.
Como é um dia típico no escritório/home office?
Acordo todos os dias às 6h30 da manhã, tomo SuperCoffee e vou para academia. Isso é muito importante para mim pois o exercício me ajuda a ter disciplina e me manter equilibrada para encarar o dia. Minha rotina nunca é a mesma até porque eu preciso me manter muito informada sobre tudo que está acontecendo no mercado, desde as galerias aos colecionadores e empresas, então cada dia eu programo um set de coisas para fazer. O mercado da arte é muito caracterizado pelos eventos à noite também, então eu fico até tarde na rua pois geralmente tenho jantar ou eventos em galerias. Tento reservar pelo menos um dia na semana manhã ou tarde para fazer home office para escrever meus artigos, organizar as propostas e fazer coisas burocráticas.
O que você mais ama sobre o seu trabalho?
Eu amo muitos aspectos do meu trabalho. Gosto do fato que ele é um trabalho internacional, que me permite viajar para conhecer lugares e pessoas com culturas diferentes. Adoro que eu aprendo algo novo todo dia – a história da arte tem muitas facetas e nós como profissionais temos a oportunidade de aprender junto com o colecionador, acho isso muito bacana. Eu sou uma pessoa muito estética, gosto de criar ambientes, juntar tendências, pensar em diferentes formas de beleza e a arte me dá um outlet criativo para exercer essa paixão.
Me conta um pouco sobre você, nasceu, cresceu, sempre morou em SP?
Nasci e cresci em São Paulo. Aos 18 anos fui fazer faculdade em Boston. Aos 21 voltei para São Paulo onde eu morei até os 26. Dos 26-29 morei em Nova York e voltei para o Brasil novamente. Fiz Escola Americana (Graded) em São Paulo minha vida inteira.
Com qual roupa você se sente powerful para trabalhar?
Eu sou bem casual nas minhas escolhas do dia a dia. Adoro uma boa calça jeans (jeans escuro ou branca), uma camiseta, cinto, blazer, sapatilha ou mocassim.
Como é a sua relação com a moda?
Eu adoro Moda. Acho que moda é uma forma da gente se expressar, como a gente se apresenta para o mundo. Eu sou uma pessoa que tem um estilo bem clássico mas sempre gosto de adicionar um elemento não esperado. Gosto de me sentir confortável nas roupas que eu uso pois acho que a roupa tem que valorizar a sua beleza natural. Vejo muita ligação entre arte e moda e gosto quando faz sentido. A Loewe tem uma ligação muito bacana com arte contemporânea, a Celine e a Dior também, pois os diretores criativos são colecionadores e muito interessados.
O que você gosta de fazer em seu tempo livre?
Adoro ir ao Cinema, Teatro. Gosto de jantar com meus amigos, adoro uma festa. Gosto muito de natureza também, fujo para praia todo final de semana que consigo. Gosto muito de planejar minhas viagens e ficar com meu cachorro também. Como é a sua rotina? Exercícios, alimentação, o que você lê? Eu faço exercício todos os dias, menos Domingo. Vario entre musculação e corrida.
Não sou muito dos esportes em grupo e nem das trends – esporte para mim é algo muito pessoal, é a hora que eu desligo e consigo ficar comigo mesma. Eu adoro ter uma alimentação saudável, mas com a correria do dia-a-dia e as minhas viagens têm sido mais difícil. Quando estou em São Paulo eu sou super disciplinada com a alimentação pela energia que me dá todos os dias. Eu faço jejum todos os dias de manhã (viajando também) e minhas refeições são equilibradas entre proteínas, salada, carboidratos. Eu gosto de comida de verdade, arroz, feijão, frango e couve – não sou muito das trends vegetarianas e veganas. Gosto de me sentir saudável, com energia e disposição. Mas eu amo comer e nunca perco a oportunidade de fazer uma refeição deliciosa com as pessoas que eu amo.
Como você definiria o seu estilo?
Clássico, sofisticado (tento) com uma pitada de estranheza. Como você enxerga a arte brasileira? Eu acho a arte brasileira inspiradora. O Brasil sempre foi uma referência nos movimentos artísticos e continua sendo. Acho que a gente tem artistas mulheres brasileiras que fizeram grandes movimentos e que são exemplos do poder feminino. Tarsila do Amaral, Maria Martins, Adriana Varejão, Beatriz Milhares para citar alguns exemplos.
A ISOLDA sempre misturou moda e arte por criar peças artesanais com estampas pintadas à mão que contam histórias. Quais peças você mais gostou da nova coleção?
Eu achei a nova coleção maravilhosa. O tricot de cerejas é lindo de morrer e o tricot rosa choque também. Adorei as peças de veludo e as jaquetas com as saias. Tudo muito elegante, sofisticado e cheio de personalidade. Gosto de roupas assim, que trazem algo novo.
O que vem a seguir para você? Algum novo projeto que está te deixando animada?
Vários. Eu estou sempre inventando algo novo. Tenho parcerias muito interessantes esse ano e estamos desenvolvendo projetos muito legais. Estou fazendo a programação de colecionadores da SP-Arte. Tenho uma parceria super legal com a Arte Que Acontece que é uma plataforma de conteúdo de arte, vamos levar um grupo de 15 colecionadoras para Paris durante Basel Paris. Fui convidada para fazer parte do comitê organizacional da Casa do Povo que é uma instituição filantrópica no Bom Retiro que esse ano faz 70 anos – um projeto que acredito muito e fico lisonjeada de fazer parte. Os projetos vão surgindo e o meu lema é sempre partir para cima ahaha!